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A aquarela dos teus olhos  tem cores tão vivas  que me custa admitir  que sejam reais .

Uma nota perdida, literalmente

Eu não sei como começar essa nota Uma nota de dor, por certo Mas devo advertir que não compreendo os mistérios da vida Eu não sei porque as coisas acontecem da forma que acontecem  A única certeza é a dor, a frustração Não sei o que leva o nosso cérebro a insistir em padrões, na mesmice  Quando entendemos que estamos diante de uma situação de dor, nos forçamos a melhorar, a seguir adiante, a não insistir no mesmo erro Mas o tempo passa... O padrão se repete Eu não sei o que poderia me impedir de fazê-lo novamente Mas eu permaneço no erro Não posso dar mais do que recebo, li essa semana Mas não seria egoísmo? Não seria se comparar ao outro? Questionar sua forma de amar? Não iria contra o princípio básico de que somos únicos? Eu gostaria de ser cem por cento segura, mas não consigo. Como confiar plenamente em alguém sendo que já conheci uma infinidade de pessoas, argumentos... as mais variadas índoles...

O álcool, o alento daqueles que já não têm mais forças

Eu já sabia, no fundo eu sabia. Eu sempre soube, mas quis fechar meus olhos. Para não ver, para não ser vista. Eu me fechei no meu mundo, na minha própria armadilha. Eu não queria admitir, ainda não quero, não sinto estar pronta. Não sei se um dia estarei, não sei se sentimos um "estar pronto" ou se isso é uma auto sabotagem da nossa mente. A mente... ah, a mente. O que ela é capaz, o que ela faz.  Eu me sinto abandonada, e não é nem pelos outros, senão por mim mesma. Eu não sei onde estou, não sei o que estou fazendo, eu não sei mais nada, nem em quem confiar. É triste chegar aos vinte e três anos assim, sem rumo, apenas pensando nos prazeres do álcool, no alento que ele traz, na sensação moribunda que ele oferece, na paz momentânea, no amortecimento dos sentidos, do que ele faz com a mente, com o esquecimento, com o deixar de sentir, de pensar com a razão, de sentir-se parte de algo, de se esquecer, nem que por ao menos uma horinha por dia. É a uma hora mais produtiva do di
 Mais uma vez eu não sei bem por onde começar, eu simplesmente decidi escrever, começar. Não sei sobre o que vou escrever. Queria que fosse uma história, mas, além de não ter a capacidade, não tenho a inspiração, o senso. Acho que só sei fazer análises, resumos, resenhas... Antes era tão fácil, só sentar com o papel e com a caneta. Agora, me falta o tato, talvez, o gosto, o interesse. Nem ler eu quero mais. O princípio disso? Também não sei. São tantos traumas, tantas dores. Acho que o mais difícil sempre foi o relacionar-se, o estar aí. Acho que carrego isso desde a infância. Qualquer tipo de relacionamento é difícil. Não é medo do comprometer-se, é o medo de se esquecer, de morrer por dentro, de abandonar princípios, de deixar que alguém conheça o íntimo. É certo que ninguém toca o nosso íntimo, mas mesmo assim é assustador. Eu ando tão distraída, tão esquecida. Acho que, de fato, me esqueci. Não sei quando aconteceu, mas aconteceu. Hoje me dei conta de que, realmente, aprendemos alg

Teus sinais ignorados por meu egoísmo

Esses dias, pensando, cheguei à conclusão de que eu já deveria ter percebido os teus sinais, que já haviam sido muito mais do que anunciados. Eles já haviam sido escancarados, jogados na minha cara. Expostos, mas eu não quis ver, não quis ouvir. O egoísmo sempre falou mais rápido, mais alto.

A memória é de fato uma inimiga

Você me pintou com o castanho dos teus olhos, me ninou com o calor dos teus (a)braços, me beijou a nuca com os arrepios dos teus lábios, como se eu fosse tua. Você me ergueu nos braços como se eu fosse leve, me levou como se eu pertencesse a você, mas você não me perguntou se eu queria ir. Um dia você foi embora, e eu não entendi o porquê e nem vi como,  quando, você apenas se foi, como se eu não fosse nada, como se eu conhecesse os caminhos de volta para mim. Eu não soube voltar e você estava mais presente do que quando estava aqui. Você se pintou em mim, e eu esqueci que eu era, e sempre fui, MINHA.